sábado, 6 de novembro de 2010

Afinal, mediunidade é faculdade orgânica ou espiritual? Conclusão.

Acreditamos que agora temos o suficiente para respondermos à pergunta título do primeiro post: Afinal, mediunidade é faculdade orgânica ou espiritual?
Do artigo Sentido Espiritual, apresentado no post anterior, e grifando o que nos parece adequado para nossa exposição, extraímos o parágrafo: Em nossa opinião seria erro considerar o sonambulismo e a mediunidade como o produto de dois sentidos diferentes, considerando-se que não passam de dois efeitos resultantes de uma mesma causa. Essa dupla faculdade é um dos atributos da alma e tem por órgão o perispírito, cuja irradiação transporta a percepção além dos limites da ação dos sentidos materiais. A bem dizer é o sexto sentido, que é designado sob o nome de sentido espiritual.

Assim exposto é inequívoca a conclusão: A mediunidade é uma faculdade espiritual (alma) e seu órgão é o perispírito.

Ainda mais, todos os homens a possuem como apresentado por Kardec no artigo em questão.

Por ter como órgão o perispírito, o diagnóstico da mediunidade não é possível pela análise da ciência humana, que ainda não possui condições tecnológicas para pesquisar o corpo fluídico (perispírito), e nem descobrir a sua fisiologia.

Desta maneira nos é despertada a curiosidade sobre a influência do organismo material sobre as faculdades. podemos encontrar em Kardec maiores elucidações. Lembramos O Livro dos Espíritos, pergunta 368 e 369:

368. Após sua união com o corpo, exerce o Espírito, com liberdade plena, suas faculdades?
“O exercício das faculdades depende dos órgãos que lhes servem de instrumento. A grosseria da matéria as enfraquece.”
a) — Assim, o invólucro material é obstáculo à livre manifestação das faculdades do Espírito, como um vidro opaco o é à livre irradiação da luz?
“É, como vidro muito opaco.”
Pode-se comparar a ação que a matéria grosseira exerce sobre o Espírito à de um charco lodoso sobre um corpo nele mergulhado, ao qual tira a liberdade dos movimentos.


369. O livre exercício das faculdades da alma está subordinado ao desenvolvimento dos órgãos?
“Os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma, manifestação que se acha subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos órgãos, como a excelência de um trabalho o está à da ferramenta própria à sua execução.”
        
370. Da influência dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento dos do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais?
 “Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos.”
a) — Dever-se-á deduzir daí que a diversidade das aptidões entre os homens deriva unicamente do estado do Espírito?
“O termo — unicamente — não exprime com toda a exatidão o que ocorre. O princípio dessa diversidade reside nas qualidades do Espírito, que pode ser mais ou menos adiantado. Cumpre, porém, se leve em conta a influência da matéria, que mais ou menos lhe cerceia o exercício de suas faculdades.”

Encarnando, traz o Espírito certas predisposições e, se se admitir que a cada uma corresponda no cérebro um órgão, o desenvolvimento desses órgãos será efeito e não causa. Se nos órgãos estivesse o princípio das faculdades, o homem seria máquina sem livre-arbítrio e sem a responsabilidade de seus atos.
Forçoso então fora admitir-se que os maiores gênios, os sábios, os poetas, os artistas, só o são porque o acaso lhes deu órgãos especiais, donde se seguiria que, sem esses órgãos, não teriam sido gênios e que, assim, o maior dos imbecis houvera podido ser um Newton, um Vergílio, ou um Rafael, desde que de certos órgãos se achassem providos. Ainda mais absurda se mostra semelhante hipótese, se a aplicarmos às qualidades morais. Efetivamente, segundo esse sistema, um Vicente de Paulo, se a Natureza o dotara de tal ou tal órgão, teria podido ser um celerado e o maior dos celerados não precisaria senão de um certo órgão para ser um Vicente de Paulo. Admita-se, ao contrário, que os órgãos especiais, dado existam, são conseqüentes, que se desenvolvem por efeito do exercício da faculdade, como os músculos por efeito do movimento, e a nenhuma conclusão irracional se chegará. Sirvamo-nos de uma comparação, trivial à força de ser verdadeira. Por alguns sinais fisionômicos se reconhece que um homem tem o vício da embriaguez. Serão esses sinais que fazem dele um ébrio, ou será a ebriedade que nele imprime aqueles sinais? Pode dizer-se que os órgãos recebem o cunho das faculdades.

Vejamos agora a afirmação de André Luiz:
“No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária.” (Missionários da Luz, capítulo I, O psicógrafo.)

Haverá uma contradição entre Kardec e André Luiz? Veremos que não...

2 comentários:

  1. Gostaria que comentas e mais sobre esta pré disposição. Ela acontece antes de reencarnar, ou pode acontecer ao longo da existência atual?

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    1. Antes de reencarnar, durante e depois da reencarnação, os espíritos superiores possuem faculdades que são infinitamente superiores aos melhores médiuns terrenos e, certamente não é privilégio divino

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