Como vimos anteriormente, Kardec afirma:
“Em nossa opinião seria erro considerar o sonambulismo e a mediunidade como o produto de dois sentidos diferentes, considerando-se que não passam de dois efeitos resultantes de uma mesma causa. Essa dupla faculdade é um dos atributos da alma e tem por órgão o perispírito, cuja irradiação transporta a percepção além dos limites da ação dos sentidos materiais. A bem dizer é o sexto sentido, que é designado sob o nome de sentido espiritual”. (O sentido espiritual, Revista Espírita, junho de 1867).
Sendo assim como entenderemos as afirmações, que André Luiz faz sobre a pineal (epífise) em “Missionários da Luz”? Onde o autor afirma :
“No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária”. (Missionários da Luz, cap. I “O psicógrafo”, pág 8).
Mais uma contradição?
E não é só, vejamos:
“Enquanto o nosso companheiro se aproveitava da organização mediúnica, vali-me das forças magnéticas que o instrutor me fornecera, para fixar a máxima atenção no médium. Quanto mais lhe notava as singularidades do cérebro, mais admirava a luz crescente que a epífise deixava perceber. A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante e, em derredor, seus raios formavam um lótus de pétalas sublimes”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.10).
“Sobre o núcleo, semelhante agora à flor resplandecente, caía luzes suaves, de Mais Alto, reconhecendo eu que ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis para mim. Estudara a função da epífise nos meus apagados serviços de médico terrestre. Segundo os orientadores clássicos, circunscreviam-se suas atribuições ao controle sexual no período infantil. Não passava de velador dos instintos, até que as rodas da experiência sexual pudessem deslizar com regularidade, pelos caminhos da vida humana. Depois, decrescia em força, relaxava-se, quase desaparecia, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena. Minhas observações, ali, entretanto, contrastavam com as definições dos círculos oficiais”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.10).
- Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições - prosseguiu ele. - É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. O neurologista comum não a conhece bem. O psiquiatra devassar-lhe-á, mais tarde, os segredos. Os psicólogos vulgares ignoram-na. Freud interpretou-lhe o desvio, quando exagerou a influenciação da «libido», no estudo da indisciplina congênita da Humanidade. Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do corpo perispiritual preexistente, a epífise parece constituir o freio às manifestações do sexo; entretanto, há que retificar observações. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.10).
“- Deus meu! - exclamei - e as glândulas genitais, onde ficam?
O instrutor sorriu e esclareceu:
- São demasiadamente mecânicas, para guardarem os princípios sutis e quase imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente controladas pelo potencial magnético de que a epífise é a fonte fundamental. As glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso exprimir assim, segrega «hormônios psíquicos» ou «unidades-força» que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. Os cromossomos da bolsa seminal não lhe escapam a influenciação (sic) absoluta e determinada”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.10).
“- No entanto, não estamos examinando problemas de embriologia. Limitemo-nos ao assunto inicial e analisemos a epífise, como glândula da vida espiritual do homem”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.10).
“- Compreende, agora, as funções da epífise no crescimento mental do homem e no enriquecimento dos valores da alma? - indagou-me o orientador”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.12).
“- De acordo com as nossas observações, a função da epífise na vida mental é muito importante”. (Missionários da Luz, cap. II, “A epífise”, pág.12).
Como podemos notar temos algumas observações de fato intrigantes:
1- É nela, na epífise, que reside o sentido novo (mediunidade) dos homens.
2- Quanto mais lhe notava as singularidades do cérebro, mais admirava a luz crescente que a epífise deixava perceber.
3- Minhas observações, ali, entretanto, contrastavam com as definições dos círculos oficiais.
4- É a glândula da vida mental.
5- As glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, mas a glândula pineal, se me posso exprimir assim, segrega «hormônios psíquicos» ou «unidades-força» que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras.
6- Limitemo-nos ao assunto inicial e analisemos a epífise, como glândula da vida espiritual do homem.
7- A função da epífise na vida mental é muito importante.
Seria possível estabelecermos concordância entre André Luiz e Allan Kardec?
Veremos que sim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário