terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A pineal e a mediunidade VII

André Luiz, em Missionários da Luz (caps. I e  II) faz várias afirmações sob a pineal. Mas se fizermos uma leitura destas afirmações  sob uma ótica orgânica, como antes era afirmado, não fazem o menor sentido. No entanto, se lermos sob a ótica de Kardec, isto é, a mediunidade é uma faculdade espiritual e tem como órgão responsável o perispírito, passam a  ser entendidas em sua plenitude. Analisemos:
        
1– “O que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos”.

     Se a glândula pineal citada acima fosse a do corpo físico teria se originado juntamente com o organismo, e assim:
Como se reajustaria ao corpo se nunca saiu dele? 

Para se reajustar ao organismo deveria ter-se ajustado antes! Ou seja, deveria ter existência anterior à do corpo físico atual!

Mas se for a glândula pineal do corpo espiritual (perispírito), seria anterior e modelaria a glândula do corpo físico, portanto se reajustando a ele!
  
Vejamos o prefácio de Emanuel em “Missionários da Luz”:

“É por este motivo, leitor amigo, que André Luiz vem, uma vez mais, ao teu encontro, para dizer-te algo do serviço divino dos "Missionários da Luz", esclarecendo, ainda, que o homem é um Espírito Eterno habitando temporariamente o templo vivo da carne terrestre, que o perispírito não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam às células materiais; que a alma, em qualquer parte, recebe segundo as suas criações individuais; que os laços do amor e do ódio nos acompanham em qualquer círculo da vida; que outras atividades são desempenhadas pela consciência encarnada, além da luta vulgar de cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes ascendentes espirituais e que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo, aperfeiçoando-se e servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a glória imortal a que o Pai nos destinou”.

Como pudemos ver “o perispírito não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam às células materiais” aliás afirmação concordante com os ensinos de Kardec:

39. O Espiritismo experimental estudou as propriedades dos fluidos espirituais e a ação deles sobre a matéria. Demonstrou a existência do perispírito, suspeitado desde a antigüidade e designado por S. Paulo sob o nome de corpo espiritual, isto é, corpo fluídico da alma, depois da destruição do corpo tangível. Sabe-se hoje que esse invólucro é inseparável da alma, forma um dos elementos constitutivos do ser humano, é o veículo da transmissão do pensamento e, durante a vida do corpo, serve de laço entre o Espírito e a matéria. O perispírito representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de afecções, que se ligam à fisiologia, assim como à psicologia.
40. O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege — fenômenos negados pelo materialismo, por se prenderem à espiritualidade, e qualificados como milagres ou sortilégios por outras crenças. Tais são, entre muitos, os fenômenos da vista dupla, da visão a distância, do sonambulismo natural e artificial, dos efeitos psíquicos da catalepsia e da letargia, da presciência, dos pressentimentos, das aparições, das transfigurações, da transmissão do pensamento, da fascinação, das curas instantâneas, das obsessões e possessões, etc. Demonstrando que esses fenômenos repousam em leis naturais, como os fenômenos elétricos, e em que condições normais se podem reproduzir, o Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, conseguintemente, a fonte da maior parte das superstições. Se faz se creia na possibilidade de certas coisas consideradas por alguns como quiméricas, também impede que se creia em muitas outras, das quais ele demonstra a impossibilidade e a irracionalidade.(A Gênese; cap.1 Caráter da revelação espírita).
  
2– “Ela preside aos fenômenos nervosos da  emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na seqüência de lutas, pelo aprimoramento d alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras, de que a criatura se acha investida”.

     Mais uma referência à natureza perispiritual !
É literal a afirmação: “Ela preside aos fenômenos nervosos da  emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo”.
  
3– “Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade”.
“As redes nervosas constituem-lhe os fios telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos”.

     Novamente, de acordo com Kardec, esta é uma função do perispírito:

“O fluido perispirítico constitui, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio metálico”.(A Gênese. Cap. XI, Gênese espiritual).
  
4- “Segregando ‘unidades-força’, pode ser comparada a poderosa usina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade e não relaxada em gasto excessivo do suprimento psíquico, nas emoções de baixa classe.”

“São muito raros ainda, na Terra, os que reconhecem a necessidade de preservação das energias psíquicas para engrandecimento do Espírito eterno. O homem vive esquecido de que Jesus ensinou a virtude como esporte da alma, e nem sempre se recorda de que, no problema do aprimoramento interior, não se trata de retificar a sombra da substância e sim a substância em si mesma”.
  
     Como visto acima o sentido pleno dos apontamentos de André Luiz só podem ser alcançados se considerarmos a origem perispiritual da glândula em questão (pineal ou epífise).

     Assim sendo Kardec e André Luiz estão em concordância em suas opiniões, nós é que devemos rever nossas interpretações!

    Muitas das nossas interpretações são pseudo-científicas ou místicas, causando graves consequências para a divulgação da doutrina espírita e para a manutenção de sua pureza doutrinária!










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